O Espiritismo em nossas vidas

Às vésperas de comemorarmos os 168 anos de publicação de O Livro dos Espíritos, em 18 de Abril , percebemos a pujança, entusiasmo e união do movimento espírita e também a grande aceitação das pessoas às propostas espíritas, mas poderíamos nos perguntar qual o papel do Espiritismo em nossas vidas ?

Quando mergulhamos nossa mente e sentimento nas obras da Codificação e complementares, além do conhecimento acerca das Leis Divinas, exaradas nessas obras, que muito nos esclarecem acerca de quem somos, de onde viemos, para onde vamos e porque estamos aqui, adquirimos uma ampla consciência de nosso papel como espíritos num processo evolutivo, habitando o planeta Terra, ainda mundo de provas e expiações. Percebemos que efetivamente podemos transformar esse planeta, e realmente estamos conseguindo esse intento, pois com as incontáveis casas espíritas atuando nos quatro cantos do mundo temos a semeadura dos princípios espíritas para a Humanidade..

Mas, e em nós. O que o Espiritismo representa em nossas vidas ?

Certa vez encontrei uma amiga que não via há bons anos. A última notícia que tivera dela é que estava em depressão. Não mais tive contato com ela após essa informação.

Quando recentemente a encontrei, fiquei feliz ao vê-la animada, otimista, alegre. Conversa vai, conversa vem ela me disse que havia se curado da depressão, e de todas as suas conseqüências graças ao Espiritismo. Que agora ela era uma nova pessoa, já não mais precisava de remédios, era outra. Freqüentava uma casa espírita e se engajara em suas atividades assistenciais.

Em outra oportunidade, quando companheiras de nossa casa espírita faziam um balanço anual das atividades de promoção humana às famílias carentes assistidas por nossa instituição, a coordenadora desse trabalho, em lágrimas, pediu licença para narrar o depoimento de uma de nossas assistidas, quando lhe foi perguntado o que significava o Espiritismo na vida dela, e ela, emocionada, narrara que a Doutrina espírita em sua vida significava o equilíbrio em seu lar, pois já não brigava mais com seu marido e filhos, seu marido já não bebia mais, estava mais tranqüilo, mais compreensivo e ela mais feliz.

Essas duas histórias nos mostram como realmente o Espiritismo tem transformado vidas. E certamente cada um de nós terá muitas outras  histórias semelhantes para narrar.

Se, há algumas décadas atrás, “Espiritismo prático” tinha a conotação principal relacionada às atividades mediúnicas, hoje podemos entender Espiritismo prático principalmente como a prática dos ensinos morais de Jesus, esclarecidos pela Doutrina Espírita, aplicados em nossa vida prática, seja no lar, no trabalho, nas relações sociais, enfim na busca de nossa transformação íntima, do supremo esforço de modificarmos pensamentos e sentimentos, permitindo-nos alçar os grandes vôos do auto-descobrimento e do auto-desenvolvimento.

Fazendo um balanço desses 168 anos de publicação de O Livro dos Espíritos, além da expansão numérica de centros, entidades e adeptos da Doutrina Espírita no Brasil e no mundo, temos também um aprofundamento do conhecimento espírita pelo ser humano, e conseqüentemente a transformação moral do homem, objetivo maior da existência da Doutrina, pois à medida que conhecemos melhor a Verdade ensinada pelos espíritos superiores, melhor compreendemos que só nos resta, para ser feliz, fazer a felicidade alheia, e para isso, mister se faz a vivência plena da caridade e do amor, lição  deixada por Jesus há dois mil anos e restaurada pelo Espiritismo.

Preparemo-nos, pois, para o Mundo de Regeneração que se aproxima, desenvolvendo nosso potencial divino, tanto no campo do intelecto como no da moral,  com o estudo da Doutrina Espírita, mas sobretudo, trazendo-a para nosso coração, nosso sentimento, buscando transformar nossas atitudes com esses conhecimentos, promovendo a Paz e vivendo o Bem, pois como afirma nosso querido Chico Xavier:

“Quem sabe, pode muito; quem ama pode mais.” 1

Osmar Marthi Filho

 

Referência Bibliográfica:

1 – BACCELLI, Carlos A. Orações de Chico Xavier, 2ª ed. Uberaba/MG, LEEPP-Livraria Espírita Edições “Pedro e Paulo”, 2003. p.24.

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